quarta-feira, 20 de março de 2019

Achtung! A Fórmula E fala alemão


“Atenção!” Este é o aviso do título do texto. E nada melhor do que usar o idioma germânico para falar sobre a blitz feita pelas montadoras em relação à Fórmula E. Não bastassem Audi e BMW, a partir da temporada 2019/2020 Mercedes e Porsche também alinharão no grid.

Tal escolha não é motivada tão somente pela competição, que é extremamente renhida entre elas, e não é de hoje, em outras categorias.  Mas diante da proibição da fabricação de carros à combustão na Europa, em especial em sua pátria natal, os alemães abraçaram a Fórmula E como uma forma de desenvolver novas formas de trabalhar com a eletricidade, especialmente em relação à gestão de energia (armazenamento e disposição).

Audi e BMW

A Audi foi a primeira a chegar na casa, logo na primeira temporada (2015/2016) apoiando inicialmente a equipe Abt, parceira histórica da marca de Ingolstadt. A fabricante já “brincava” com os carros elétricos com seus modelos e-Tron no WEC (R10 e R18) e, mesmo sendo extremamente restrita quanto ao desenvolvimento, o seu know-how para a Fórmula E era útil naquele momento.

A partir de 2017, a montadora assumiu a operação, assumindo o caráter oficial de equipe de fábrica. A BMW foi a segunda a chegar na categoria, embora já atuasse desde o início dando apoio, inclusive fornecendo o pace car. Inicialmente, fechou um acordo com a Andretti Motorsport e iniciou a atuação na temporada 2017/2018. A partir da implantação do Gen2 nesta temporada, também assumiu a operação oficialmente.

Diante deste quadro, não seria estranho que mais montadoras viessem. Com a mudança de regulamento, o interesse aumentou. E quando a organização abriu a oportunidade de mais vagas, não causou espanto o anuncio da entrada de Mercedes e Porsche.

Mercedes e Porsche

No caso desta última, a escolha pela Fórmula E, além do aspecto tecnológico, houve a questão orçamentária e de marketing. A casa de Stuttgart já pensava em sair do WEC, onde era dominante e abraçar outras possibilidades. Uma delas era a Fórmula 1. A Fórmula E também estava no radar, embora o grupo VW já estivesse representado pela Audi.

Mas por conta da complexidade técnica envolvida e das dúvidas sobre os novos regulamentos, a Porsche desistiu da Fórmula 1. Sem contar o grande valor que teria que desembolsar. Este ponto tornou-se mais crítico após o “Dieselgate” (escândalo onde montadoras estariam fraudando os índices de poluição de seus carros a diesel nos EUA). Por isso, a balança acabou pendendo para a disputa elétrica.

Em princípio, a Porsche optou por partir para um esquema próprio e iniciou os testes neste mês de março em sua pista particular de Weissach. O piloto suíço Neel Jani, que já corria pela marca no WEC, foi o responsável pelas primeiras saídas. Especula-se que Brandon Hartley, campeão do WEC justamente com a Porsche, assuma um dos postos.

Por outro lado, a Mercedes partiu para uma outra abordagem: patrocinou a entrada de uma parceira, a HWA (responsável pelo desenvolvimento dos motores de F3, além de supervisionar o
programa do DTM), na temporada 2018/2019 e ainda fechou um acordo com a Venturi. Além do acordo, Susie Wolff, esposa de Toto Wolff (chefe e acionista da equipe de Fórmula 1), tornou-se acionista e chefe de equipe.

Não bastando este estrategema, a Mercedes ainda se utiliza da estrutura de sua equipe de Fórmula 1 para apoiar o projeto. Tanto que o trem de força vem sendo desenvolvido não só na Alemanha, mas também em Brixworth, onde são feitos os motores usados por sua equipe oficial, Racing Point e Williams.

Sabendo como as coisas são, os alemães virão com tudo e com certeza andarão na frente. As demais equipes que se cuidem....

E ainda teremos corrida...ótimo!

E na madrugada de domingo, teremos o ePrix da China, na cidade costeira de Sanya. A largada está prevista para as 3:30 da manhã de sabado e terá a transmissão ao vivo da Fox Sports. Será que teremos um sexto vencedor diferente? E algum piloto livrará vantagem? Entre o primeiro (Sam Bird) e o quarto lugar (Edoardo Mortara) na temporada, a diferença é de somente 2 pontos. Lucas Di Grassi está em terceiro e se cacifa cada vez mais para buscar seu segundo título. Fiquem ligados!

(Fonte:fiaformulae.com)

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