segunda-feira, 22 de outubro de 2018

O campeonato não acabou em Austin. Que bom!

Talvez tenha sido esta a exclamação feita por vários fãs de automobilismo ao redor do mundo ao ver o resultado do GP dos Estados Unidos. Bem, menos os de Lewis Hamilton talvez...
Mas valeu tudo a pena após uma corrida bem movimentada e que marcou o fim do jejum de 113 corridas de Kimi Raikkonen sem vitórias. O finlandês fez o fim de semana que muitos esperavam há muito e fez por onde merecer. Desta vez, a Ferrari ajustou bem as suas apostas e deu o “dibre” na Mercedes. Raikkonen se colocou de maneira a atrapalhar Hamilton e, obviamente, fazer sua corrida.
Aliás, a Ferrari mostrou voltar à forma de antes das férias. Para Austin, a equipe trouxe novidades, mas não as utilizou por não conseguir resultados “conclusivos” nos treinos. Juntando isso com as outras descartadas na Rússia e Japão, o carro melhorou.
Coincidentemente, a Mercedes não desenvolveu todo seu potencial. Alguns sites e a versão italiana da Motorsport dão conta que a FIA, mesmo declarando o sistema de rodas e freios traseiros legal, pediu que alguns dos orifícios das rodas fossem fechados, o que teria influenciado no desempenho de Hamilton e Bottas. Se isso aconteceu ou não, ainda é complicado afirmar. Mas o fato é que as Mercedes tiveram sérios problemas com a gestão de pneus no fim de semana.
Por este motivo mesmo que a estratégia de Hamilton em fazer uma parada durante a entrada do Safety Car Virtual por conta do abandono de Riccardo (mais um!) acabou por mascarar o bom desempenho da Ferrari. Acredito que, em condições normais, a diferença seria maior. As Mercedes não tiveram bom andamento com os pneus mais macios. E embora o inglês acreditasse que caberia usar os supermacios na parte final, talvez o resultado não tivesse sido o mesmo.
Falando em pneus, méritos para Max Verstappen, merecidamente escolhido o piloto da corrida. Largando na 18ª posição após ter quebrado a suspensão no Q1 e ter tido punição de três posições por mexer no câmbio, o holandês fez uma prova assombrosa. Conseguiu galgar posições e foi chamado para o box em um momento certo, bancando correr 34 voltas com os pneus ultramacios.
E com estes pneus usados, conseguiu se aproximar de Raikkonen e segurar Hamilton, que veio voando com um jogo novo. A tentativa do inglês de ultrapassagem foi algo bonito de se ver, bem como a defesa do holandês. Naquele momento, caso passasse, Hamilton seria campeão. Mas Bottas também foi acometido pelo consumo não tão bom das Mercedes e foi superado por Vettel.
E o alemão? O que falar dele? Já não bastasse o erro de sexta e não reduzir a velocidade durante a bandeira vermelha, fazendo perder 3 posições (pode ter sido duro, mas como já houve um precedente, se aplicou a mesma penalização), fez uma abordagem extremamente “otimista” ao tentar ultrapassar Riccardo na primeira volta. Aí botou quase tudo a perder e veio escalando, ultrapassando Bottas no fim da prova, conseguindo cancelar a decisão para o México.
Se não fosse o erro, era enorme a chance de Vettel ir no mínimo para o pódio e “empurrar” o título de Hamilton para a frente. Agora, só resta ao alemão vencer no Hermanos Rodrigues e torcer para o inglês não chegar. Para Hamilton, basta um sétimo lugar para garantir o título.
Um fim de semana em que o fã de automobilismo curtiu: uma ótima corrida em uma pista de verdade. Um vencedor que muita gente gostaria, tornando-se o maior vencedor entre os pilotos finlandeses. Vamos subir a serra e esperar mais uma boa prova na Cidade do México, onde tudo indica que teremos mais uma decisão do campeonato.

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Em tempo: as puniçoes a Vettel, Magnussen e Ocon mostram como as regras são restritivas. Algumas ate podem ser tolas, mas se estão lá...Algo bem semelhante ao nosso futebol, onde os dirigentes reclamam ano após ano das condições e vao as confirmando continuamente.

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