sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Touro (muito longe do) Vermelho


A temporada de balanços das equipes de Fórmula 1 prosseguem. Ontem, este espaço falou do faturamento da Mercedes. Hoje, se aborda a situação da Red Bull, também publicada no Motorsport/Autosport (link original aqui) do ano passado.

No texto de ontem, se falou rapidamente na matéria da Forbes, onde mostrou que a empresa de Dietrich Mateschitz gastou quase US$ 80 milhões de dólares somente na Toro Rosso. Agora, o quadro fica mais amplo...

De acordo com a matéria publicada hoje, o faturamento da Red Bull Racing em 2017 subiu mais de 17% em relação a 2016, indo de 197,9 para 231,3 milhões de libras esterlinas (pouco mais de 1,1 bilhão de reais). O motivo do crescimento vai em linha ao que expos a Mercedes: aumento dos valores de premiação, marketing e patrocínio.

Mas em relação a sua concorrente, é de chamar atenção o aumento do valor desembolsado pela sua controladora. Em 2016, a Red Bull investiu cerca de 40,6 milhões de libras de libras esterlinas. Já no ano passado, este valor aumentou para 56,5 milhões de libras esterlinas (cerca de 284 milhões de reais), valor semelhante ao aplicado pela Daimler na Mercedes. Lembrando que o controlador também tem colocado mais dinheiro por conta da queda nos valores obtidos na premiação.

E tal como as flechas de prata, os gastos também aumentaram em 2017: foram dispendidos 226,7 milhões de libras esterlinas, um aumento de mais de 17% em relação a 2016 (193 milhões). Segundo Christian Horner, chefe da equipe, a variação foi motivada por conta do desenvolvimento do RB13 e as novas regras implantadas.

No fim das contas, a Red Bull teve novamente um pequeno lucro no ano passado: 1,1 milhões de libras esterlinas (pouco mais de 5,5 milhões de reais), significando um aumento de 22% em relação a 2016.

Mas mesmo assim, há uma situação que acaba “mascarando” os resultados. O “mundo Red Bull” tem mais uma empresa: a Red Bull Technology. Oficialmente, ela é tratada como uma subsidiária do grupo, desenvolvendo “tecnologia avançada”, e uma fornecedora da Red Bull Racing e da Toro Rosso.

Somente ela fechou com 793 funcionários (oficialmente, a equipe Red Bull conta com 58) e teve um faturamento de 244 milhões de libras esterlinas (mais de 1,2 bilhão de reais) e fechou com um lucro de pouco mais de 11 milhões de libras esterlinas (cerca de 57 milhões de reais).

Em uma análise rápida e considerando estes dados oficiais, podemos estimar que a Red Bull gastou cerca de 150 milhões de dólares em 2016 em suas duas equipes (não fica claro qual o montante do valor colocado pela empresa de energéticos na “subsidiária). Indo além, o lucro contábil não justificaria o tamanho da dinheirama gasta e qualquer acionista questionaria a viabilidade do negócio.

Embora não se confirme, os dados de equivalência de exposição na TV foram estimados em mais de 2 bilhões de dólares (este seria o valor que a Red Bull gastaria se fosse comprar espaço de divulgação). Sobre a área digital não se tem idéia, embora pode ser estimado neste patamar. Neste aspecto, a Fórmula 1 acaba ainda sendo um bom outdoor para a empresa de energéticos e cada vez dando asas. Ao menos até onde as latinhas continuarem vendendo bem...

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