terça-feira, 9 de outubro de 2018

Mensagem ao CEO


Caro Senhor Camilleri,

Desculpe a intromissão. Tenho idéia de que é uma pessoa muito ocupada. Mas resolvi lhe escrever uma mensagem por conta do que vem acontecendo na sua empresa.

Peguei este endereço de e-mail com um cara que escreve aqui no Brasil. Diz ele que sabe muita coisa que rola por aí. Ele não tinha certeza se era este mesmo, pois ainda era da época do Montezemolo. Todo caso, segue a mensagem.

Tudo bem que o senhor chegou há pouco tempo, ainda pode estar descobrindo onde fica a máquina de café, os interruptores e os banheiros... A fábrica pode estar bem, os carros vendendo bem...mas a equipe de Fórmula 1...

Imagino que ainda tenha muita coisa definida pelo Marchionne e talvez o senhor ainda esteja seguindo a linha do “pato novo não mergulha fundo”. Pelo que pude ler quando assumiu o cargo de CEO, o senhor gosta de corridas e as acompanhou muito quando era presidente da atual patrocinadora da sua equipe. Se isso for verdade e com sua experiência, acredito que já deve ter percebido muita coisa fora do lugar.

Uma das coisas que chama atenção é o papel do líder. Acredito que o senhor deva conhecer bem o Maurizio, já que ele também bateu ponto em sua antiga empresa. Mas é bom conversar com ele e o pessoal...Como um chefe de equipe pode dizer que não tem responsabilidade sobre a parte técnica? Se o senhor considera mantê-lo no posto (ainda tem a possibilidade Juventus na mesa? Fale com o Agnelli que ele dá um jeitinho), dê uma conversada com ele, junto o resto do pessoal...é bom esclarecer umas coisas para não dar mais ruído na conversa...

A galera de projetos está segurando bem o rojão. A equipe valorizada pelo Marchionne é boa e merece ser valorizada. Todo caso, sugiro contratar um headhunter e iniciar umas entrevistas para chefe de equipe e principalmente para a parte de estratégia...Rueda tem murchado muito...

Uma coisa legal de se fazer também: converse com o Vettel. Muita gente diminui os títulos dele, diz que só foi campeão porque tinha um canhão na mão. Nada disso. O cara é muito bom! Mas precisa de uma atenção, pois esta questão de querer ainda gerir corrida e pilotar ao mesmo tempo..está difícil para ele. Uma psicóloga também seja uma boa idéia. Fazer o necessário para recolocá-lo no foco e possa voltar a ser campeão mais vezes.

Se o senhor notar, são ações de gestão! Independe de entender de corridas, mas sim de ter a sensibilidade de compreender o contexto. Pelo que vi em seu currículo, suas ações na Phillip Morris foram muito positivas, mesmo com as ameaças contínuas ao negócio tabagista. Comandar uma empresa como a Ferrari, apesar de ser algo único, não deveria ser tão pesado.

Por sua experiência empresarial, fica complicado para um simples fã de corridas como eu lhe dar conselhos. Mas vai assim mesmo: mostre quem manda. É preciso que saibam que existe um novo xerife na cidade. Pois pior do que errar por agir, é errar por omissão. E tenha certeza que tem gente de olho no seu lugar.

Atenciosamente,

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