terça-feira, 16 de abril de 2019

Qual é o real ritmo da McLaren?



Por Guilherme Puerari *

A McLaren veio cercada de dúvidas para a temporada de 2019. Após um 2018 de certa forma frustrante por não ter conseguido dar o salto esperado, a equipe de Woking, sob a batuta de Zak Brown, optou por (mais)uma guinada radical.

Em meados da temporada passada, se debruçou com mais atenção no projeto do MCL34, passando por uma reestruturação da parte técnica (saída de Tim Goss, chegada de Pat Fry e James Key) e esportiva (troca de Eric Boullier por Gil de Ferran), além de uma remodelagem da linha de pilotos, apostando em juventude: Carlos Sainz Jr, espanhol que até agora não fez jus ao potencial que lhe é atribuído, e o inglês Lando Norris, novo queridinho do público inglês, com uma carreira meteórica e boas corridas na F2.

O MCL34, quando apresentado, mostrou pouquíssima coisa em comum com seu antecessor. A equipe aproveitou a mudança no regulamento para fazer um carro aparentemente descomplicado, com campo para desenvolvimento. Uma abordagem realista quando se tem dois pilotos jovens. E mostrou ser acertada nos treinos de pré-temporada, quando mostrou ser mais resolvido.

Fato demonstrado já na primeira corrida na Austrália.  Porém, nada certo como o prometido: Carlos Sainz, atrapalhado pelo acidente de Robert Kubica, sequer passou ao Q2 e na corrida acabou por abandonar. Por outro lado, Lando Norris fez Q3 e chegou em um considerável 12° lugar em sua corrida de estreia.

Para o Bahrein, as duas McLarens chegaram ao Q3 com folgas. Mas na corrida, mais uma decepção: Sainz nas voltas iniciais, atacando Verstappen, furou um pneu e pôs a corrida fora. Norris fez uma corrida de recuperação e chegou em um vantajoso 7° lugar.

No GP China, que marcou 1000 corridas na F1, mais uma incógnita. A equipe não foi bem no treino, marcou P14 com Sainz e P15 com Norris. Na corrida a decepção já veio na primeira volta, quando Kyvat honrou o apelido e "torpedeou" as duas McLarens.

No fim do pelotão, com o assoalho do carro avariado, Norris abandonou e Sainz conseguiu salvar um circunstancial P14, visto que, de fato, passou apenas Giovinazzi.

Afinal, qual o real ritmo da McLaren?  Seria realmente a quarta força? O  "melhor do resto”, como avalia Fernando Alonso, que andou no carro nos testes após a corrida do Bahrein e elogiou muito o que viu ou estaria mais distante dessa sonhada posição? A disputa do meio do grid está ferrenha e qualquer décimo pode fazer diferença. 

Aparentemente, o carro mostra potencial. Um dos problemas que acometiam a McLaren anteriormente, a falta de velocidade em reta, foi resolvido. Os pilotos se sentem à vontade no carro e dizem que falta pouco para conseguir “destravar” o desempenho real do carro, mesmo com um motor Renault ligeiramente abaixo de Ferrari e Mercedes, embora bem revisado.

Ainda há a perspectiva do início do trabalho efetivo de James Key e Andreas Seidl, ex-chefe da equipe da Porsche no WEC a partir do GP da Espanha. O horizonte aparenta ser mais promissor.

Resta acompanhar o GP do Azerbaijão, em Baku, daqui duas semanas, onde nos últimos anos, a equipe tem feito bons resultados, apesar das deficiências. Good luck Carlos Sainz and Lando Norris.

*colaborou Sergio Milani

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