domingo, 14 de junho de 2020

E SE? 2014/2015 - DUAS TEMPORADAS SEM MERCEDES.

Inspirado no post E SE? 1988 - UM ANO SEM MCLARENS de autoria de  Roberto Taborda e Sergio Milani, resolvemos fazer uma nova simulação, mas agora das duas primeiras temporadas da Fórmula 1, dominadas pela equipe Mercedes AMG, anos 2014 e 2015, com os pilotos Lewis Hamilton e Nico Rosberg, respectivamente campeão e vice em ambos os anos.

Como dito pelos autores da ideia original, "A história é escrita pelos vencedores", e não é a nossa intenção desconstituir tal fato, mas apenas fazermos o exercício: "E se?"

Vemos essas duas temporadas, como as que contaram com o maior domínio exercido pela Mercedes AMG, pois em ambas, os carros da equipe alemã só deixaram de vencer em três etapas, Canadá, Hungria e Bélgica, em 2014, e Malásia, Hungria e Cingapura, em 2015.

Na mesma toada, em ambos os anos, somente em seis ocasiões, um dos pilotos da equipe não ocupou o segundo lugar, tendo ocorrido, ainda, 11 dobradinhas em 2014 e 12 em 2015.

A guisa de comparação, em 2016, a Mercedes somente não venceu duas etapas, contudo, ficou fora da segunda posição em 13 corridas, marcando apenas 08 dobradinhas, isso numa temporada que contou com duas corridas a mais, 21 no total, contra 19 nas anteriores.

Efetivamente, ninguém nega que desde o início da nova era dos motores turbo, com unidade de recuperação de energia, a Mercedes tem amplo domínio sobre as demais equipes da categoria, mas achamos que seria legal verificarmos como teria sido os campeonatos de 2014 e 2015 sem a participação da equipe da estrela.

F1 W05 Hybrid

Temporada de 2014:

Neste ano, na temporada real, tivemos 03 vencedores, pois além da dupla da Mercedes tivemos apenas Daniel Ricciardo, pela RedBull, como vencedor, nas três corridas que não foram vencidas pelas flechas de prata: Canadá, Hungria e Bélgica.

Já na temporada revisada, sem os pilotos das Mercedes, teríamos o fantástico número de 07 vencedores diferentes:  Daniel Ricciardo (06), Bottas (04), Alonso (na China), Vettel (03), Felipe Massa (03), Magnussen (na Austrália), e Sérgio Perez (no Barein). Registre-se, que durante parte da temporada Fernando Alonso teria liderado, e sairia empatado com Ricciardo do GP da Áustria, ambos com 119 pontos, e Bottas somente ultrapassaria o piloto espanhol após o GP da Rússia.

Para alegria de todos, nessa nossa hipótese, o alemão Nico Hulkenberg conseguiria seus três primeiros pódios na categoria, todos terceiros lugares.

No resultado final, teríamos Daniel Ricciardo campeão, com 300 pontos, Valtteri Bottas vice, com 255 pontos e Fernando Alonso em terceiro, com 237 pontos.

Resultado do campeonato de 2014 sem as Mercedes:

Como vemos na planilha acima, somente Esteban Gutiérrez, da Sauber e Kamui Kobayashi, da Caterham, não pontuariam nessa temporada de 2014 sem as Mercedes.

2014 CANADA GP: DANIEL RICCIARDO SCORES MAIDEN WIN - FORMULA 1

No campeonato de construtores a RedBull seria a campeã com 530 pontos, a Williams seria vice com 435 pontos e a Ferrari ficaria na terceira posição, com 334 pontos.

Campeonato de construtores de 2014, sem as Mercedes:

Sem a participação da equipe Mercedes, todas as dez equipes pontuariam em 2014.

Temporada de 2015:

Como ocorrera em no ano anterior, em 2015 também só tivemos 03 vencedores na temporada real, pois além da dupla da Mercedes apenas Sebastian Vettel venceu na temporada, isso no seu primeiro ano de Ferrari, nas três corridas que não tiveram Hamilton ou Rosberg no degrau mais alto do pódio: Malásia, Hungria e Cingapura.

Já na temporada revisada, sem os pilotos das Mercedes, de modo diverso do ocorrido em 2014, teríamos um domínio avassalador de Sebastian Vettel, que venceria, nada menos do que 13 corridas, teria ainda, 02 segundos e 02 terceiros lugares, marcaria um ponto na Bélgica e somente não pontuaria no GP do México.

Kimi Raikkonen venceria as duas corridas corridas dos Emirados Árabes Unidos, a dupla da Williams venceria duas seguidas, no Canadá e na Áustria, respectivamente com Bottas e Massa, e Romain Grosjean venceria o GP da Bélgica.

Além da única vitória do francês, outros três fatos também merecem destaque, o primeiro seria o pódio de Felipe Nasr, no GP da Austrália, além do segundo lugar de Max Verstappen no GP dos EUA, e ainda, que Daniil Kvyat terminaria 10 pontos à frente de Ricciardo no campeonato, enquanto na temporada real a diferença foi de apenas 03 pontos, mas também com vantagem para o Russo.

Diferentemente de 2014, nesse cenário da temporada de 2015, Nico Hulkenberg passaria em branco, sem qualquer pódio, como na vida real.

No resultado final, teríamos Sebastian Vettel campeão, com 392 pontos, Kimi Raikkonen vice, com 219 pontos e Valtteri Bottas em terceiro, com 206 pontos.

Sebastian Vettel 2015 (With images) | Ferrari scuderia, Sebastian

Resultado do campeonato de 2015 sem as Mercedes:

No campeonato de construtores a Ferrari seria a grande campeã com 611 pontos, a Williams seria vice pelo segundo ano consecutivo, com 388 pontos e a RedBull ficaria na terceira posição, com 280 pontos.

Campeonato de Construtores de 2015, sem as Mercedes:

Sem a participação da equipe Mercedes, todas as nove equipes pontuariam em 2015.

Ferrari apresenta o novo carro para a temporada de 2015 da Fórmula ...
Fotos: Reprodução de internet

segunda-feira, 8 de junho de 2020

CARROS QUE AMAMOS : MCLAREN 4/1C






Anteriormente, este espaço falou dos McLaren MP4/1 (1981) e MP 4/1B (1982). Carros que marcaram o nascimento da nova fase da equipe. Quem quiser, pode ver aqui sobre 1981 e 1982. Mas o foco agora é 1983, onde veio talvez o mais importante e que serviu de base para o sucesso futuro: o MP 4/1C.


Consolidado no comando da equipe, Ron Dennis e John Barnard haviam captado que, se quisessem ser vencedores, necessitavam ter um motor turbo para chamar de seu. Embora, leve e confiável, o Cosworth V8 começava a ficar para trás na corrida de potência e até o refratário Keith Duckworth (o Worth da Cosworth) já considerava abraçar o uso dos turbo (o que começou a acontecer, mas para a Fórmula Indy). Após muita discussão, conseguiram um investidor e contrataram a Porsche para fazer um motor turbinado.


Por este motivo, 1983 era considerado um ano de transição, com o desenvolvimento do TAG/Porsche sendo conduzido para 1984. Para esta temporada, Barnard e sua equipe de projetos usaram o MP4/1 mais uma vez como base, mas fizeram uma série de modificações. O carro se mostrava ótimo, com espaço para desenvolvimento. Aerofólios foram revisados e a área central foi mais estreitada para poder gerar o máximo de área na área nas laterais para otimizar o efeito solo.


Mas a proibição do efeito solo e a obrigatoriedade de um fundo totalmente plano, definido um pouco antes da temporada, fizeram com que os planos fossem mudados. John Barnard e Alan Jenkins foram ao túnel de vento e acharam uma solução simples para poder recuperar parte do apoio aerodinâmico perdido....


Como as laterais agora não precisavam ser tão largas, o objetivo agora era reduzir a resistência ao ar dos carros e recuperar parte do apoio perdido. Os aerofólios aumentaram de tamanho e as laterais ficaram bem reduzidas. A McLaren foi por um caminho diferente: resolveu atacar uma área onde o arrasto é grande, em frente do pneu traseiro. Ao invés de jogar o ar para fora, Barnard e Jenkins fizeram uma reentrância na traseira do carro. Isso aumentava enormemente a eficiência do difusor traseiro e reduzia o arrasto. Este princípio foi apelidado de “traseira coca-cola” (por se assemelhar ao gargalho de uma garrafa do refrigerante) e se tornou padrão na Fórmula 1 até hoje.




Em paralelo, foi feita uma versão, o MP4/1D, para poder fazer o desenvolvimento do TAG/Porsche V6, projetado de acordo com todas as necessidades passadas por John Barnard. O objetivo inicial era ter um carro extremamente fino, com um motor leve e de centro de gravidade baixo para poder aproveitar o máximo de espaço para gerar o máximo de efeito solo. A mudança de regulamento não mudou os planos...


A dupla de pilotos seguiria a mesma: Niki Lauda e John Watson. E o carro mostrou manter o nível dos antecessores: Lauda já obteve um terceiro lugar no Brasil, que virou segundo com a desclassificação de Keke Rosberg. Em Long Beach, a maior recuperação até hoje da história da F1: por conta do péssimo desempenho dos Michelin (os pneus eram concebidos para os turbo. Os aspirados tinham menos potência e demoravam mais para entrar na faixa de funcionamento), Watson e Lauda largaram em 22º e 23º lugares, respectivamente. Subindo o escalão e contando com os acidentes no meio do caminho, os dois fizeram dobradinha no pódio, levando os dois primeiros lugares.




O início foi arrasador e deu tranquilidade para a equipe começar a pensar no projeto turbo. Em abril de 1983, um protótipo do motor foi mostrado no Salão de Genebra. E em junho, Watson e Lauda foram testar pela primeira vez na pista particular da Porsche, em Weissach. A esta altura, o carro era acossado por problemas de confiabilidade e o máximo que se fazia era um terceiro lugar em Detroit para Watson.


(fonte: www.primotipo.com)


Os resultados dos testes foram animadores. Para acelerar o processo, um Porsche 956 também foi usado. Lauda ficou empolgado com a potência que o motor gerava, bem como a suavidade de funcionamento, em contraste ao trepidante Cosworth V8. Algumas semanas depois, o austríaco testou o carro em Silverstone e decidiu começar a fazer uma força para usar o turbo ainda em 83.



(fonte: www.primotipo.com)



Após fazer um grande peso político junto à Marlboro, em um mês e meio dois carros ficaram prontos e o MP4/1 ganhava sua versão “E”. Inicialmente, só Lauda usaria o carro e foi estreado em Zandvoort, no GP da Holanda. Estimava-se que o motor desenvolvia cerca de 600cv (80cv a mais do que o Cosworth) e o carro se mostrava rapidíssimo. Só que ainda havia muito trabalho a ser feito para ajustar a eletrônica e o atraso da entrada da turbina em ação, além de uma falta de acerto do carro. Resultado: depois de 25 voltas, abandonou por falha nos freios. Watson conseguiu ainda um terceiro lugar com o carro de motor Ford.

TAG/Porsche indo para a pista...(fonte: www.primotipo.com)



Os resultados da Holanda acabaram por fazer a equipe alinhar os dois carros turbo até o final da temporada e funcionar como uma sessão de testes estendida. Os resultados não foram animadores, mas serviu para acelerar o desenvolvimento. A versão E do MP4/1 bem demonstrativa do que seria o MP4/2 do ano seguinte.

Lauda e o MP4/1E (fonte: www.primotipo.com)


Para encerrar, um dado curioso. Após o fim da temporada, a equipe, com o apoio da Marlboro, deu uma chance de jovens pilotos testarem em Silverstone. Alinharam Martin Brundle, Stefan Bellof e Ayrton Senna...


Senna testando o MP4/1C em Silverstone (fonte: Continental Circus)


Este foi o final da saga do MP4/1, que serviu para recolocar a McLaren de volta ao jogo e preparou o caminho para a dominância dos anos seguintes. A partir de 84, a McLaren venceu 6 vezes o campeonato de Construtores em 8 anos. E apontou um novo grande nome para a categoria: Ron Dennis. 

Ron Dennis matando as saudades do tempo de mecânico ? (fonte: www.primotipo.com)



quarta-feira, 3 de junho de 2020

Todos os pódios dos pilotos brasileiros na Fórmula 1.

Dando continuidade a série iniciada neste link: Parte 1 hoje apresentamos a parte 2 dos pódios dos pilotos brasileiros na categoria máxima do automobilismo, a qual vamos chamar de "Era Senna".

Como dito na parte 1 desta série, temos como objetivo trazer aos leitores o levantamento de todos os pódios conquistados pelos pilotos brasileiros na categoria máxima do automobilismo mundial.

Na primeira parte terminamos com o pódio de Ayrton Senna, com sua Lotus Honda, conquistado no GP do Japão de 1987, corrida que deu o tricampeonato à Nelson Piquet.

Ayrton Senna: F1 1987 - Portugal, San Marino e Japão (Fotos)
GP do Japão de 1987 - Último pódio de Ayrton Senna pela Lotus

O inicial desta segunda parte traz o recorte que marca a ferrenha disputa entre os companheiros de McLaren, Ayrton Senna e Alain Prost, biênio em que Senna conseguiu 14 vitórias e 04 segundos lugares. Contamos ainda com três terceiras posições de Nelson Piquet, com sua Lotus #1, além do único pódio de Maurício Gugelmin, justamente no último GP Brasil disputado no Autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro.

McLaren quase derrubou Senna em 1988 | Blog Voando Baixo ...
GP do Japão de 1988 - Primeiro Campeonato Mundial de Ayrton Senna

Do 103º ao 122º pódio brasileiro:
Clique na imagem para ampliar.

Nesse segundo recorte trazemos os anos de 1990/91, que marcam o segundo e terceiro títulos de Ayrton Senna, com 13 vitórias, além de 05 segundas e 05 terceiras posições. Ocorreram ainda os últimos pódios de Nelson Piquet na categoria, agora pela Benetton, sendo 03 vitórias, 01 segundo e 03 terceiros lugares, além do único pódio de Roberto Pupo Moreno, no GP do Japão de 1990, um segundo lugar, que acabou por marcar a última dobradinha brasileira na Fórmula 1, com a vitória de Piquet, ambos correndo pela Benetton.

O GP da Bélgica de 1991 foi o último em que tivemos os dois tricampeões juntos no pódio, p1 para Senna, p3 para Piquet.

Solta o Grito! • BP • Boletim do Paddock
GP do Japão de 1990 - Dobradinha Nelson Piquet e Roberto Moreno

Do 123º ao 148º pódio brasileiro:

Clique na imagem para ampliar.

Agora veremos os últimos pódios de Senna na Fórmula 1, em 1992/93, com 08 vitórias, e os primeiros pódios de Rubens Barrichello, nos anos de 1994 (01), 1995 (01), ambos com a Jordan, 1997 (01), e 1999 (03), esses quatro últimos já com a Stwart.

Há 20 anos, Barrichello conquistava a única pole da Stewart na F1
GP da Europa de 1999 - Os dois pilotos da Stwart no pódio, vitória de Hebert.

Do 149º ao 168º pódio brasileiro:
Clique na imagem para ampliar.

terça-feira, 2 de junho de 2020

Nova imagem do acidente fatal de Ayrton Senna - Ímola 1994.





Hoje, 03/06/2020, 26 anos depois do fato ocorrido, é a primeira vez que vejo esse vídeo, assisti mais de 10x o momento, da batida, e fica nítida a força do impacto, a sensação é muito mais forte do que a passada pelas imagens que eu conhecia até hoje, ressaltando que eu assistia a corrida no momento do acidente. 

A Williams sai reto como uma flecha, não resta a mínima dúvida sobre a quebra da barra de direção, se é que alguém ainda tinha essa dúvida.