domingo, 17 de dezembro de 2017

Não tem como desver?



Este acabou sendo o assunto do dia nos meios automobilísticos nacionais e transbordou até para o jornalismo de assunto geral. A briga sem noção entre Tuka Rocha e Rodrigo Dantas no final das 500 Milhas da Granja Viana acabou eclipsando todo o bom trabalho da organização e todo o clima montado pela presença de grandes nomes do automobilismo brasileiro.

Lendo e vendo tudo que foi escrito e dito, agora é hora de juntar os cacos. Afinal de contas, em tempos em que o esporte a motor tupiniquim vem sofrendo pancadas seguidas e esta corrida era uma gra de chance de mostrar algo bacana, com transmissão do principal canal esportivo do país, que vem mostrando nos últimos tempos uma disposição para dar espaço ao esporte.

Além disso, é preciso fazer o trabalho de rescaldo e “contenção” de danos. Não adianta ver a coisa como “exótica” ou “na NASCAR teve e tem coisa até pior”. Fica na berlinda um trabalho feito junto a patrocinadores (correntes e pessoais) e a imagem do esporte. Desavenças no automobilismo não são incomuns. Mas da maneira que foi, deve ser tratado com a devida importância.

E deve se ter a cabeça fria. Até o momento, a ponta do iceberg é o piloto Rodrigo Dantas. Sua postura foi algo que não dá pra se definir em um único adjetivo e dever se punida. Mas em todo o contexto, ele acaba por ser a ponta mais fraca e a que vem levando mais pancada. Merece, mas até certo ponto.

Para ajudar, pode-se usar uma ferramenta de gestão chamada “Análise da Causa Raiz”, onde pega-se o problema e se analisa todos os aspectos, de modo a concluir qual foi a origem do problema e o que deve ser feito para solucioná-lo. E aplicando este método, mesmo sem estar lá, nota-se que houve uma série de erros e/ou omissões que acabaram por chegar ao UFC no meio da pista no sábado a noite.

O importante é resolver o problema e não se promover uma fácil e simplória caça às bruxas, com o remédio matando o paciente. Caso contrário, será mais um tijolo na sequencia de ópera bufa, aumentando mais ainda o estrago. Que pode impactar não só na vida desportiva, mas também em aspectos profissionais e pessoais dos envolvidos.

Como organizador de grupo de kart, kartista e amante do automobilismo, gostaria de “desver” isso. Mas temos que encarar a realidade. Pegar esta oportunidade para que todos aqueles que gostam do automobilismo não fujam de suas responsabilidades, transformando este momento de vergonha em redenção. E voltarmos a ter alguma relevância neste país. O momento é agora.

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