segunda-feira, 23 de abril de 2018

FITTIPALDI F5A: O MELHOR BRASILEIRO DA HISTÓRIA (PARTE 3 – Última)

Após a Parte I e II, chega a hora de finalizar a saga do Copersucar F5A (só lembra que tenho que concluir a sequencia de 89...). Após um ótimo 1978, parecia que o F5A havia cumprido seu papel com louvor.A equipe Fittipaldi mostrava que podia sim se bancar no meio das grandes e preparava o seu grande passo.

Mesmo com todo o esforço feito, a equipe definiu que os dois primeiros GPs de 1979 seriam feitos pelo F5A, que havia terminado o ano em grande forma. Como o GP da Africa do Sul seria somente no início de março, a ideia era aproveitar o início do ano para tentar desenvolver o novo carro. Caso os testes fossem positivos, a estreia poderia ser antecipada para o GP do Brasil.


Após mais de um ano de trabalho e cerca de três milhões de dólares gastos, a Fittipaldi impressionou a todos no dia oito de janeiro de 1979 quando apresentou o F6. Era um carro extremamente atraente e esmerado nos detalhes. O bico afilado, inspirado no Concorde, os retrovisores embutidos, laterais curtas, com os escapamentos saindo através delas. Era um carro concebido para ser “asa” desde o início, construído em honeycomb de alumínio (tipo de “colméia” formada por camadas de alumínio e fibra) e magnésio, o que levava o carro a ficar bem próximo dos 575 kg mínimos regulamentares.



Ralph Bellamy, o projetista trazido a peso de ouro da Lotus, dizia com orgulho que o F6 seria “o carro que a Lotus usaria este ano”. As esperanças eram enormes e os irmãos Fittipaldi eram somente sorrisos. Mas o carro foi à pista....

A CARRUAGEM VIROU ABÓBORA

As esperanças se esvaneceram rapidamente. Após tentar dar algumas voltas e brigar com o carro, Emerson encosta e reporta que “tem algo de errado”. Bellamy diz que carro asa é assim mesmo e que o brasileiro teria que se adaptar. Após uma troca de palavras duras, Emerson vai embora de Interlagos e a tempestade se abateu sobre a equipe.


De acordo com Wilsinho em entrevista à revista Quatro Rodas em 1980, logo após este teste, levaram o carro para testes na fábrica e verificaram que o chassi não tinha a torção necessária para aguentar a força que a carga aerodinâmica gerava. Anos depois, Ralph Bellamy, em uma entrevista à revista inglesa Motorsport, dizia que o problema eram os rolamentos de roda e um pouco da torção do chassi.

Àquela altura, não tinha o que ser feito: seis chassis haviam sido construídos e uma temporada tinha que ser feita. A saída era tentar salvar o carro por conta de toda a montanha de recursos gastos. Bellamy pediu seis meses para tentar corrigir os problemas e mostrar que o F6 poderia ser competitivo. 
F5A nos testes de Interlagos (fonte: flatout.com.br - Paulo Bogocian Filho)

Desta forma, o planejamento inicial foi mantido: o F5A foi usado nos dois primeiros Gps, Argentina e Brasil. No dia 21 de janeiro, Emerson alinhou seu carro na 11ª primeira posição (com um tempo três segundos e meio mais rápido do que no ano anterior) e fez uma ótima corrida, brigando com Villeneuve (Ferrari) e Jabouille (Renault) durante a primeira parte da corrida, obtendo um sexto lugar no final das contas, que poderia ter sido um quinto, se a equipe não tivesse se equivocado em avisar Emerson sobre as voltas restantes, já que Mario Andretti estava com problemas.


Os testes continuaram e a equipe andou com os dois carros no Brasil. Após avaliações na 6ª feira, Emerson decidiu ir com o F5A, pois este foi 1 segundo mais rápido do que o modelo mais novo. Após conseguir a nona colocação, Emerson conseguiu dar um salto para a sexta posição logo na largada e assumiu a quarta na volta seguinte, ao ultrapassar Scheckter (Ferrari) e com o abandono de Andretti (Lotus).

O que parecia ser mais um final feliz foi interrompido na 20ª volta: a roda traseira se soltou e levou Emerson a parar nos boxes. Apesar do bom desempenho, só foi possível escalar até o 11º lugar.

O planejamento previa que este seria a última corrida do F5A. O F6 seria usado a partir da África do Sul. Mesmo com a série de testes, o carro não evoluiu e Emerson não passou de um 13º lugar. Com isso, a equipe optou por retornar com o “velho F5A” em Long Beach. Largando em 16º, Emerson fez uma corrida discreta, abandonando na 20ª volta por problemas de transmissão.

F6 fazendo sua estreia na África do Sul

SOBREVIVER ERA PRECISO

A esta altura, Ralph Bellamy foi demitido e o F5A foi continuando seu serviço, no início da fase européia da temporada. O problema é que, mal ou bem, o carro já tinha pelo menos 2 anos de uso e não tinha muito mais a ser melhorado. Mesmo assim, a Fittipaldi ainda tentou desenvolver o F5A, colocando laterais iguais a da Ligier e um aerofólio traseiro copiado da Renault.

A estratégia era sobreviver: na Espanha, 16º lugar no grid e um 11º lugar final, após ter caído para a última posição na largada. Sofrimento na Bélgica, ficando na penúltima posição e chegando em 9º, duas voltas atrás. As críticas e as piadas voltavam com força contra Emerson e a Fittipaldi.

Monaco teve uma lufada de esperança: No primeiro treino, Emerson conseguiu a 4ª colocação. Entretanto, no sábado, o carro deu problemas e todos os outros conseguiram melhorar bastante, o empurrando para a 17ª posição. Na corrida, um problema de motor não permitiu que fizesse mais do que 17 voltas.

O cancelamento do GP da Suécia deu mais tempo para que a Fittipaldi pudesse se organizar. O Studio Fly foi novamente convocado para tentar salvar o F6 e Ricardo Divilla tentava melhorar o que era possível no F5A. No GP da França, em 1º de julho, o “velho” iria para a briga: 18º no grid e um abandono na 53ª volta, quando estava na 11ª posição.

No último GP, na Inglaterra, o sofrimento veio: Emerson conseguiu se classificar em 22º lugar após um tremendo esforço em sua última volta do treino. Mesmo assim, não resultou muito: o motor deu problemas na 25ª volta quando estava na 17ª posição.
 


Logo depois do GP da Inglaterra, o F6A, versão revisada, era testado por Emerson em Silverstone: o bico “Concorde” foi abandonado, as laterais tipo “Ligier” foram incorporadas e vários tubos de aço foram colocados no monocoque para tentar resolver o problema de torção. Mesmo ainda apresentando os mesmos problemas, a equipe resolveu adotar o F6A definitivamente até o final da temporada.

RESUMO DA ÓPERA

Assim terminou o serviço do F5A: 24 GPs disputados, 14 pontos conquistados e um segundo lugar no GP do Brasil de 1978 (além da Corrida dos Campeões em Silverstone). Marcas muito dignas para um carro “adaptado” e em um momento em que a Fórmula 1 passava por um momento enorme no campo técnico. Equipes como a Mclaren e Tyrrell tiveram problemas sérios por não conseguirem se adaptar a esta nova realidade.

É bom fazer um texto deste para recordar esta “loucura” feita pelos irmãos Fittipaldi em fazer um Fórmula 1 brasileiro. Com várias dificuldades, conseguiram resultados extremamente satisfatórios e foram massacrados por muita gente. Mas o importante é o reconhecimento e não deixar esta página histórica do nosso automobilismo ser apagada. 


terça-feira, 17 de abril de 2018

FITTIPALDI F5A: O MELHOR BRASILEIRO DA HISTÓRIA (PARTE 2)

Dando prosseguimento ao texto publicado antes (ver aqui), vamos continuar contando mais sobre o Fittipaldi F5A, que pode ser considerado sim o melhor carro da equipe.


REMEMORANDO....

Em 1978, a Fórmula 1 estava em um momento de transição técnica. A Lotus tinha trazido o modelo 78 com o conceito do “efeito solo” em pleno no ano anterior e seu sucesso mostrou que este seria o caminho. Não que os engenheiros tivessem negligenciado esta proposta. O aproveitamento do ar que passava embaixo do carro era pensado (a BRM “brincou” com um desenho em 1970 de um carro com fundo em formato de asa e Robin Herd fez algumas experiências no March 711), mas Gordon Murray foi quem efetivamente usou alguns conceitos iniciais no Brabham BT42 e depois foi usar mais a fundo no BT44.

O “efeito solo” nada mais é do que o carro o seu fundo, especialmente suas laterais, em forma de asa invertida. E para potencializar o resultado, se instalam suportes nas extremidades (apelidadas “saias”) para que este ar não se perca. Resultado: com o formato invertido de asa, o carro fica mais “junto” ao chão, com mais aderência e velocidade.

Com o sucesso da Lotus, ter um carro com “efeito solo” se mostrou uma necessidade por todos. E para a Fittipaldi não foi diferente. E a equipe trabalhou em duas frentes: trouxe o engenheiro Ralph Bellamy da Lotus para fazer um “Lotus dois anos mais avançado” e resolveu aproveitar o monocoque do F5, sob a batuta do italiano Studio Fly, com Giacomo Caliri e Luigi Marmiliori.

Mesmo usando o monocoque do carro do ano anterior, o F5A usou o conceito do efeito solo, transferindo o radiador de óleo para a frente do carro, liberando mais espaço nas laterais. Assim, permitiu o uso de laterais altas e largas, tentando usar o máximo de área possível para otimizar o aproveitamento de ar.

O carro foi testado inicialmente na Inglaterra e apresentado oficialmente nos testes do final de ano em Paul Ricard. Os primeiros testes foram promissores, com Emerson satisfeito com a evolução conseguida. A expectativa era fazer um ano mais consistente do que 1977. 

1978 COMEÇA

Era hora de preparar tudo para o início da temporada e 15 de janeiro de 1978 era disputado o primeiro GP do ano, em Buenos Aires, na Argentina. O F5A mostrou um desempenho honesto: se classificou em 17º (sem usar os pneus especiais da Good Year) e chegou em 9º, uma volta atrás do vencedor Mario Andretti. Emerson saiu da primeira prova com uma impressão positiva.

E a impressão se confirmou duas semanas depois, no GP do Brasil, disputado em Jacarepaguá. Em um fim de semana onde tudo deu certo, Emerson se classificou em sétimo e obteve um ótimo segundo lugar, que se tornou o melhor resultado da história da equipe. Os detalhes podem ser vistos nesta matéria do Projeto Motor escrita por mim (ver aqui).

Emerson e o F5A em Jacarepaguá (fonte: /cariocadorio.files.wordpress.com)
Quase um mês se passou e uma breve passagem pela África do Sul foi feita, com uma corrida de apenas 9 voltas por conta de uma quebra de transmissão. A esta altura, a Fittipaldi iniciava um processo de emagrecimento do carro, já que as alterações acabaram por “engordar” o carro original. O Fitti F5 original pesava cerca de 590kg e o F5A ficou com cerca de 45kg a mais. Mas estas mudanças só seriam introduzidas ao decorrer da temporada européia.

Quinze dias após o GP da África do Sul, foi disputada em Silvesrtone uma corrida extra-campeonato, a International Trophy, organizada pelo BRDC. 16 carros tomaram parte e em um tremendo aguaceiro, Keke Rosberg com uma Theodore ganhou...com Emerson mais uma vez conseguindo um segundo lugar. Um trecho pode ser visto a seguir.



Veio o Gp dos Estados Unidos do Oeste, sediado em Long Beach. Emerson conseguiu se postar no meio do grid (15º) e chegou em 8º, após lutar a parte final com Riccardo Patrese (Arrows) e Alan Jones (Williams). Monaco acabou sendo um ponto baixo: sem conseguir um ajuste satisfatório, conseguiu o último posto do grid (naquela época, somente 20 se classificavam para a corrida) e mais um 9º lugar foi obtido.



Parecia pouco. Mas representava uma melhora considerável em relação aos anos anteriores: a Fittipaldi se mostrava capaz de andar no meio do pelotão, inclusive deixando para trás equipes como a Mclaren e a poderosa Renault, que ainda penava para acertar seus motores turbo.

Nos GPs seguintes, Bélgica e Espanha, a posição de classificação foi a mesma:15º lugar. Mas em Zolder, Emerson acabou envolvido em uma confusão com James Hunt e Niki Lauda na largada e não completou nenhuma volta. Já em Jarama, o brasileiro enfrentou problemas a corrida toda com o motor e abandonou na 62ª volta.

O INÍCIO DA DECOLAGEM

Na Suécia, o F5A recebia seu primeiro pacote de melhorias e perda de peso, já sob orientação de Ricardo Divilla e Ralph Bellamy, já que os italianos do Studio Fly haviam sido contratados para ajudar a desenvolver o projeto F1 da Alfa Romeo. Coincidentemente, Emerson conseguiu ir uma classificação um pouco melhor (13º) e após uma corrida de paciência, se aproveitando do problema dos demais, conseguiu um 6º lugar, marcando mais um ponto.

Na França, no rapidíssimo Paul Ricard, Emerson usou um pacote ajustado para circuitos de alta velocidade. O carro mostrou potencial, mas na classificação, ficou em sua habitual 15ª posição. Mas no domingo, mostrou um ótimo desempenho com acerto de corrida. Emerson vinha em 8º, quando a suspensão quebrou a 10 voltas do final.

Chegamos a Silverstone e a equipe, aproveitando a proximidade com sua base européia, leva dois chassis “aliviados” para Emerson, utilizando bastante titânio e algumas partes em fibra de carbono, se aproximando dos 600kg. Se aproveitando do conhecimento da pista e do carro revisado, Emerson consegue um 11º lugar. E mostra o potencial do carro disputando posições com Patrick Depailler(Tyrrell) e John Watson (Brabham). Acaba tendo uma quebra de motor quando ocupava o sétimo posto. Para ter idéia do que o F5A poderia obter, Depailler e Watson chegaram em terceiro e quarto, respectivamente.

FINALMENTE SUCESSO?

A esta altura, o paddock prestava mais atenção àquele carro amarelo. O talento de Emerson não era questionado, já que houve uma grande romaria de equipes atrás do brasileiro no ano anterior quando não havia certeza da renovação do contrato da equipe com a Copersucar. Mas o carro, que no início era até motivo de chacota, agora mostrava que o segundo lugar obtido no Brasil não era fruto do acaso...

Tal era a prova que, no GP seguinte, na Alemanha, em mais um circuito de alta velocidade, Hockheinheim, onde não havia conseguido se qualificar no ano anterior, Emerson conseguiu ficar na 10ª colocação do grid. E durante a corrida, com o F5A a pleno, fez uma corrida cheia de garra e confiança, conseguindo ultrapassar Didier Pironi (Tyrrell) faltando 10 voltas para o fim, garantindo um quarto lugar. Outro ponto a se destacar foi a estréia de Nelson Piquet na F1.

Quando o carro ajuda, a confiança do piloto também aumenta. Emerson, em seus relatos à Quatro Rodas, não se cansa de elogiar o desempenho do carro e que finalmente o tempo gasto parecia dar resultados. E qual foi a surpresa geral quando o F5A conseguiu a 6ª colocação no grid de Zeltweg na Austria ?

O domingo prometia, pois o tempo estava bastante fechado. A largada foi dada com tempo seco, mas simplesmente 5 voltas depois, um aguaceiro encharcou a pista, causando uma série de acidentes e a interrupção da prova. A esta altura, Emerson havia caído para a 17ª posição.

A relargada foi dada com pista molhada. E Emerson conseguiu dar um salto para a 10ª posição. Entretanto, a chuva reduzia e a pista ia secando. Na 20ª volta, o brasileiro estava em terceiro quando entrou nos boxes para trocar seus pneus, voltando em décimo. Mostrando sua perícia e o potencial do F5A, Emerson conseguiu mais um quarto lugar. E 15 dias depois, na Holanda, onde havia conseguido um quarto lugar no ano anterior, a equipe brasileira consegue mais um quinto lugar.



Com as modificações feitas e o “emagrecimento”, a Fittipaldi finalmente tinha algo que só tinha dado pequenas demonstrações até então: consistência e velocidade. E o bom desempenho dava frutos : a Good Year começou a dar jogos de pneus melhores para a equipe e a organização chamou mais vezes Emerson a tomar parte nas filmagens promocionais.

Com o histórico das ultimas provas, se esperava um bom desempenho também em Monza. E as expectativas pareciam se confirmar, com Emerson obtendo a 9ª posição no grid de largada. Mas veio a largada e o fatídico acidente com Ronnie Peterson. O brasileiro foi um dos que parou o carro para ajudar no salvamento. Na relargada, caiu para o ultimo lugar e Emerson fez uma de suas melhores atuações na F1 segundo ele mesmo. Marcou a sétima volta mais rápida da prova e obteve o oitavo lugar. Logo depois, se confirmou a morte de Peterson.
Largada do GP da Italia de 1978. Ao fundo, o incendio consumindo o carro de Ronnie Peterson (fonte:http://blogdoboueri.blogspot.com.br)

Chegamos ao fim da temporada em duas provas na América do Norte: Watkins Glen, nos Estados Unidos e a estréia de Montreal, no Canadá. Voltando ao palco de sua primeira vitória, Emerson consegue mais um ótimo desempenho, vindo da penultima posição e marca mais um quinto lugar, muito próximo de Jean Pierre Jabouille, com a Renault Turbo..

Na última prova, no recém inaugurado circuito de Montreal, montado na Ilha de Notre-Dame, onde foram disputadas as provas de remo nas Olimpíadas de 76 e a Exposição Mundial de 67, o F5A mostrou uma ótima adaptação, permitindo a Emerson uma ótima sexta posição no grid. A corrida prometida, pois o brasileiro havia conseguido um ótimo acerto. Mas o alemão Hans Stuck, que largava logo atrás de Emerson, o abalroou e fez o brasileiro abandonar a prova sem completar nenhuma volta....

Boxes da Fittipaldi - Canadá 1978 (fonte : http://pordentrodosboxes.blogspot.com.br)

A temporada terminava com um ótimo resultado: Emerson em décimo lugar no campeonato de pilotos com 17 pontos, empatado com Gilles Villeneuve da Ferrari. E a equipe Fittipaldi terminava em sétimo no campeonato de construtores, dois pontos atrás da francesa Ligier e à frente de Mclaren, Williams, Arrows e Renault.

As perspectivas para 1979 eram enormes. Um grande investimento havia sido feito ao longo do ano para fabricar aquele que seria o carro que finalmente poderia permitir a Emerson concretizar o sonho de vencer corridas e – quem sabe – vencer um campeonato com um carro brasileiro e repetir o feito de Jack Brabham.

Só que nem tudo foram flores...e teremos a terceira parte da saga do F-5A...fiquem ligados!