domingo, 16 de dezembro de 2018

Novo Autódromo de Deodoro está próximo de virar realidade.

A cidade do Rio de Janeiro monstra que está disposta a disputar o direito de sediar o GP do Brasil de Fórmula 1, isso a partir de 2021, se realmente for concluída a construção do novo autódromo de Deodoro. 

Desde 1990 a prova brasileira, válida pelo campeonato da Fórmula 1, é disputada no circuito de Interlagos, em São Paulo, como ocorria antes de ser disputada no Rio, na década de 1980.

A Prefeitura da cidade publicou o aviso de licitação no Diário Oficial para comunicar que em 29/01/2019 abrirá a concorrência pública para execução das obras do tão sonhado novo autódromo

O projeto de R$ 697,4 milhões prevê a construção de uma pista para disputas de corridas automobilística, de motos, e um kartódromo, entre a linha férrea do ramal Japeri, Av. Brasil e a Estrada do Camboatá, no bairro de Deodoro, com recursos privados e a concessão do espaço por 35 anos.

"A ideia é que o Rio de Janeiro volte a ter condições de sediar as competições esportivas internacionais de Fórmula 1, Fórmula Indy, Moto GP e outras modalidades do automobilismo", disse ao Estado o prefeito do Rio, Marcelo Crivella. 

O plano é concluir a obra até o fim de 2020, data que vai coincidir com o encerramento do atual contrato para realização da etapa brasileira da Fórmula 1 em Interlagos, São Paulo. A capital paulista, no entanto, vai brigar para renovar o vínculo.

"O projeto do novo autódromo foi modelado de modo a não se falar em dispêndio de verbas municipais. Assim, todo o investimento inicial e dispêndios para operação e manutenção ficarão a cargo da concessionária", completou o Prefeito.

Uma questão importante foi a confirmação da cessão do terreno do Exército para a Prefeitura. Vale lembrar que o local, que anteriormente tinha artefatos bélicos não-detonados, foi descontaminado e está apto a receber as obras. O Ministério do Esporte investiu R$ 60 milhões no trabalho, ao longo de três anos, escavações de até 10m de profundidade e a atuação de 250 militares resultaram na retirada de aproximadamente 4 mil granadas.

Pelo projeto, o circuito terá 5,3 quilômetros de extensão no traçado principal e uma pista alternativa para outras corridas. Este ano, integrantes das federações internacionais de automobilismo e motociclismo se reuniram para analisar o projeto e entraram em sintonia sobre os parâmetros de segurança para que a pista possa receber provas de motos e carros das principais categorias do mundo.

A promotora do Mundial de Motovelocidade, inclusive divulgou uma carta de intenções para a realização de uma corrida válida pelo campeonato na temporada de 2020, logo depois que o autódromo ficar pronto.

Em novembro, o novo chefe da Fórmula 1, Chase Carey, viajou ao Rio alguns dias depois do GP do Brasil, realizado em Interlagos, para conhecer o projeto carioca. O dirigente se encontrou com o prefeito e o governador eleito, Wilson Witzel, que disse na ocasião considerar um compromisso receber a F-1 em 2021. Questionada pela reportagem, a administração da categoria disse que não comentaria o tema.

A cidade recebeu pela última vez a principal categoria do automobilismo em 1989. Ao todo foram dez GPs, realizados no antigo autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, demolido em 2012 para dar lugar ao Parque Olímpico da Barra da Tijuca, e desde a época da demolição, a Prefeitura, através do Prefeito anterior, havia assumido o compromisso de erguer um novo circuito na cidade.

Devemos ressaltar que a prefeitura do Rio abriu o Procedimento de Manifestação de Interesse para receber propostas sobre a construção do novo circuito, dentro das exigências técnicas de infraestrutura e de acordo com o cumprimento de requisitos ambientais, e o projeto vencedor serve para nortear a licitação futura, porém não é um modelo definitivo e pode passar por algumas modificações de acordo com a empresa vencedora da licitação.

O projeto foi apresentado por um grupo formado por cerca de 60 profissionais das áreas de marketing, meio ambiente e engenharia, contando com um autódromo de 5,4 km de extensão, média de velocidade de 220 km/h e capacidade para 100 mil pessoas. O traçado é assinado pelo escritório do arquiteto alemão Hermann Tilke, autor da maioria dos desenhos das novos pistas da F-1, como, por exemplo, Turquia, China, Cingapura, Bakur, Abu Dhabi, Rússia e Bahrein.

Há também uma negociação adiantada com as 24 Horas de Nurburgring, segundo teria afirmado JR Pereira, CEO da Crown Consulting, empresa que desenvolveu o estudo do autódromo carioca. "O arquiteto gostou de utilizar a elevação do terreno e tentou recriar uma espécie de Spa-Francorchamps no Rio de Janeiro", comentou Pereira em referência ao famoso autódromo na Bélgica.

Para o presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) Waldner Bernardo, o projeto carioca mostra uma nova tendência do esporte a motor de reconquistar investimento privado. "Reposicionar a cidade no mapa do nosso automobilismo é fundamental para colocarmos o esporte a motor no lugar de onde nunca deveria ter saído", afirmou o dirigente, mais conhecido como "Dadai".

Fonte: https://globoesporte.globo.com e https://odia.ig.com.br


Traçado do novo autódromo do Rio teria 5,3 quilômetros — Foto: Divulgação
Imagem relacionada
Fotos: Reprodução de internet, sendo a primeira imagem do projeto vencedor que servirá de norte para a construção, e a segunda do projeto inicial

Um comentário:

  1. Interessante esse projeto. E porque não utilizar o espaço da area olímpica de Jacarepaguá e Ressuscitar o Autódromo Nelson Piquet na Barra?

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