sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Um título por inércia


Alguns dias atrás, às vésperas do GP dos Estados Unidos, este espaço já tratava a inevitabilidade do quinto título de Lewis Hamilton. Ainda não foi decidido, mas o inglês deixou praticamente 8 dedos na taça após Austin. Um simples sétimo lugar resolve a parada a seu favor.

A decisão no México acaba até por ser boa, pois o público é bem participativo e lota o Hermanos Rodriguez. A parte final do traçado no meio do público é uma das coisas mais bonitas de se ver. Além do mais, uma coisa que mexicano gosta e sabe fazer é uma bela fiesta. Hamilton já ganhou lá ano passado e tem ideia do que podem fazer.

À Ferrari e Vettel cabe o papel de lutar dignamente até o fim. Resta saber se o bom desempenho de Austin foi o famoso “último suspiro” ou é algo que permite sonhar com vitórias, embora a melhora venha no momento errado.  Mais uma vez, só resta ao alemão tentar vencer de qualquer forma e torcer para que Hamilton seja acometido por toda má sorte que não teve até agora.

O jogo também vira um pouco para os italianos por conta da “ilegalidade limitada” do sistema de resfriamento das rodas traseiras da Mercedes, que “preventivamente” mexeu no sistema para os EUA, fechando os furos. Coincidentemente, após esta alteração e o aumento da pressão dos pneus, os carros apresentaram problemas na gestão da borracha. Adicionalmente, diz a alemã Auto Motor und Sport que a equipe errou na distribuição de peso dos carros, o que agravou a questão.

Para o México, o sistema foi visto pela FIA e dado o OK pela entidade. Mas a dúvida é se a Mercedes o utilizará a pleno, sob pena de um questionamento formal pela Ferrari, que ameaçou fazê-lo no último GP. Mas neste momento, as “flechas de prata” podem se dar ao luxo de abrir mão do sistema completo por conta da vantagem alcançada até aqui. A impressão que dá que o assunto está sendo cada vez mais tratado pelo aspecto político do que técnico.

Neste Grande Prêmio, se espera uma boa aparição da Red Bull, que venceu o último Grande Prêmio disputado no país (Verstappen) e teve um ótimo desempenho em Austin. Mas a pergunta que muitos fazem é: em que volta o Riccardo irá quebrar?

De resto, é ficar de olho na disputa pelo restante do grid. A Renault vem com ligeiras modificações para tentar ficar à frente da Haas. A Force India também vem por fora, mesmo com pontuação limitada e a Toro Rosso testará mais um pouco os motores Honda para a sua “nave-mãe”. A busca pelo Q3 deverá ser intensa, ainda não esquecendo de Leclerc...

Em um grande resumão: Tudo ficará em segundo plano até a confirmação do título de Lewis Hamilton, que está indo por pura inércia. A gravidade está fazendo seu papel. Alguns chamam até de “profecia autorrealizável”. Mas a situação é extremamente a favor do inglês.

OBS: A imagem que ilustra este texto é do GP do México de 1970 (Credito : Bernard Cahier)Outros tempos e traçados...

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