Este escriba já havia
digitado em agosto algumas linhas sobre o assunto (ver o link aqui do
texto republicado). Mas o envolvimento da Petrobras na Fórmula 1
voltou a ser discutido ontem, com a publicação dos diversos
veículos da contratação do Sergio Sette Camara, atualmente na F2,
para assumir o posto de terceiro piloto da McLaren no próximo ano.
Tal assunto vinha sendo
maquinado a algum tempo. Quando do primeiro texto, as conversas
vinham sendo desenvolvidas neste sentido e a estatal brasileira, por
conta do seu acordo com a equipe de Woking, fez um lobby em prol do
jovem mineiro. Sette Camara havia sido apoiado pela empresa em 2016
em sua campanha na F3 e desde meados deste ano carregava a marca da
Lubrax (Lubrificantes) em seu macacão e no capacete.
A situação foi
concluída quando da vinda do CEO da McLaren, Jonathan Neale, ao
Brasil. Oficialmente, Neale veio participar da Rio Oil & Gas no
mês passado como convidado da Petrobras e um carro da escuderia foi
colocado para demonstração no stand da petroleira no evento e em
algumas instalações da empresa posteriormente.
Sette Camara deverá
tomar parte na McLaren nos treinos de Abu Dhabi após a última etapa
da temporada deste ano. A sua situação na F2 permite que ele possa
participar de testes e treinos, completando o mínimo de 300 km
exigidos pela FIA para a superlicença. Mas ainda faltariam pontos
para atingir o mínimo (40). Deve ser certo que o mineiro participará
do primeiro treino livre no Brasil. Outras saídas serão definidas.
Além disso, Sette Camara
deverá fazer mais uma temporada na F2, contando com um apoio maior
da Petrobras, aumentando o total levantado pelos pacote de
patrocinadores atuais. Alias, diz-se que a estatal deve estruturar um
programa de apoio para jovens pilotos, tal qual já fez
anteriormente. Um dos nomes cogitados para tal é o de Felipe
Drugovitch, campeão da EuroFórmula3 este ano.
Na esteira da vinda de
Jonathan Neale, foi confirmado o fornecimento de combustíveis e
lubrificantes à McLaren a partir do próximo ano.Este ano, a equipe
de Woking começou a usar em algumas provas os lubrificantes
nacionais e a gasolina já vinha sendo testada, recebendo o aval da
Renault há pouco tempo. O contrato já previa tal investimento e se
discute a aparição de maior presença do nome da Petrobras na
equipe.
E como dito
anteriormente, as negociações com a Renault prosseguem. O chefão
da Renault Sport esteve no Brasil e existe sim a possibilidade da
petroleira brasileira se tornar fornecedora do time anglo-francês.
Os resultados com a gasolina impressionaram os franceses e há o
interesse de deixar somente um único responsável (hoje, a British
Petroleum, através da Castrol, fornece para a matriz). As conversas
são bem interessantes. Mas o que pode atrapalhar um possível acordo
é a questão da eleição presidencial brasileira.
Os planos da Petrobras
serão anunciados no GP do Brasil. É certa a confirmação de Sergio
Sette Câmara e o fornecimento de combustível à McLaren. O
patrocínio a pilotos e o anúncio da Renault podem acontecer também,
mas a probabilidade maior é que ocorra no próximo ano, já com a
nova diretoria instalada na Avenida Chile.
Muitos cobravam uma
participação mais incisiva da Petrobras no automobilismo. Este ano,
a empresa renovou acordo com a Stock Car por mais três temporada e
fechou com a Copa Truck, além de manter a Seletiva de Kart. Poderia
estar fazendo mais? Sim, condições existem. Mas existe um trabalho
grande a se fazer a diversos envolvidos no processo (federações,
organizadores) para que não só a Petrobras mas outros apoiadores
possam vir a fazer florescer um automobilismo nacional de relevância,
como já o foi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário