sábado, 20 de outubro de 2018

A Petrobras expande seu papel na F1(2)


Este escriba já havia digitado em agosto algumas linhas sobre o assunto (ver o link aqui do texto republicado). Mas o envolvimento da Petrobras na Fórmula 1 voltou a ser discutido ontem, com a publicação dos diversos veículos da contratação do Sergio Sette Camara, atualmente na F2, para assumir o posto de terceiro piloto da McLaren no próximo ano.



Tal assunto vinha sendo maquinado a algum tempo. Quando do primeiro texto, as conversas vinham sendo desenvolvidas neste sentido e a estatal brasileira, por conta do seu acordo com a equipe de Woking, fez um lobby em prol do jovem mineiro. Sette Camara havia sido apoiado pela empresa em 2016 em sua campanha na F3 e desde meados deste ano carregava a marca da Lubrax (Lubrificantes) em seu macacão e no capacete.



A situação foi concluída quando da vinda do CEO da McLaren, Jonathan Neale, ao Brasil. Oficialmente, Neale veio participar da Rio Oil & Gas no mês passado como convidado da Petrobras e um carro da escuderia foi colocado para demonstração no stand da petroleira no evento e em algumas instalações da empresa posteriormente.



Sette Camara deverá tomar parte na McLaren nos treinos de Abu Dhabi após a última etapa da temporada deste ano. A sua situação na F2 permite que ele possa participar de testes e treinos, completando o mínimo de 300 km exigidos pela FIA para a superlicença. Mas ainda faltariam pontos para atingir o mínimo (40). Deve ser certo que o mineiro participará do primeiro treino livre no Brasil. Outras saídas serão definidas.



Além disso, Sette Camara deverá fazer mais uma temporada na F2, contando com um apoio maior da Petrobras, aumentando o total levantado pelos pacote de patrocinadores atuais. Alias, diz-se que a estatal deve estruturar um programa de apoio para jovens pilotos, tal qual já fez anteriormente. Um dos nomes cogitados para tal é o de Felipe Drugovitch, campeão da EuroFórmula3 este ano.



Na esteira da vinda de Jonathan Neale, foi confirmado o fornecimento de combustíveis e lubrificantes à McLaren a partir do próximo ano.Este ano, a equipe de Woking começou a usar em algumas provas os lubrificantes nacionais e a gasolina já vinha sendo testada, recebendo o aval da Renault há pouco tempo. O contrato já previa tal investimento e se discute a aparição de maior presença do nome da Petrobras na equipe.



E como dito anteriormente, as negociações com a Renault prosseguem. O chefão da Renault Sport esteve no Brasil e existe sim a possibilidade da petroleira brasileira se tornar fornecedora do time anglo-francês. Os resultados com a gasolina impressionaram os franceses e há o interesse de deixar somente um único responsável (hoje, a British Petroleum, através da Castrol, fornece para a matriz). As conversas são bem interessantes. Mas o que pode atrapalhar um possível acordo é a questão da eleição presidencial brasileira.



Os planos da Petrobras serão anunciados no GP do Brasil. É certa a confirmação de Sergio Sette Câmara e o fornecimento de combustível à McLaren. O patrocínio a pilotos e o anúncio da Renault podem acontecer também, mas a probabilidade maior é que ocorra no próximo ano, já com a nova diretoria instalada na Avenida Chile.



Muitos cobravam uma participação mais incisiva da Petrobras no automobilismo. Este ano, a empresa renovou acordo com a Stock Car por mais três temporada e fechou com a Copa Truck, além de manter a Seletiva de Kart. Poderia estar fazendo mais? Sim, condições existem. Mas existe um trabalho grande a se fazer a diversos envolvidos no processo (federações, organizadores) para que não só a Petrobras mas outros apoiadores possam vir a fazer florescer um automobilismo nacional de relevância, como já o foi.


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