Maurizio Arrivabene (Ferrari), Toto Wolff (Mercedes) e Christian Horner (Red Bull) |
Foi noticiado pelo site “Race Fans” que haverá nesta quarta em Genebra uma reunião do Grupo de Estratégia da F1. Este grupo é atualmente formado por Mercedes, Ferrari, Red Bull, Mclaren e Williams, além da FIA e da F1. A Force India também tomava parte, mas como se tornou uma “nova” equipe, perdeu o assento nas discussões. Por enquanto, este posto fica vago...
Periodicamente, este grupo se reúne para discutir assuntos sobre a categoria e podem derivar ou não para alguma mudança para os próximos tempos. Algumas das modificações feitas ultimamente vieram destas reuniões, embora para que qualquer alteração seja feita, é preciso a concordância de todas as partes envolvidas e a aprovação da FIA.
Entre vários pontos na pauta (Toto Wolff ia tentar pôr em discussão a inclusão do terceiro carro e as novas regras para motores também estavam lá), um dos que chamam mais a atenção é o aumento de uso de itens padrão pelas equipes, visando a redução de custos.
Tal tema ganha relevância quando se ouve Charlie Whiting, diretor da FIA, falar que os “times B” devem ser “reavaliados” para o futuro e o chefe da Renault, Cyril Abiteboul, diz em entrevista esperar que a Liberty Media tome medidas para restringir o uso das “equipes satélites” pelas “matrizes”.
Além deste aspecto, há o espectro do teto de gastos, que a Liberty Media espera introduzir a partir de 2021. Fala-se um limite de US$ 150 milhões a ser implantado em um período de 3 temporadas. Tal medida é aplaudida por Williams e Mclaren, enquanto Mercedes e Ferrari veem com ceticismo. Inclusive o novo CEO da Ferrari, Louis Camilleri, em entrevista dada na Gazzetta dello Sport em agosto, diz que ainda existem muitos detalhes para se conseguir um acordo final. Alguns analistas apostam que um acordo neste sentido saia se houver uma redução do número de etapas.
Voltando ao tema das peças: o uso de itens já vinha ocorrendo desde meados dos anos 2000 e foi aprofundado nos últimos anos. Hoje, o regulamento contém duas listas: itens que devem ser obrigatoriamente produzidos pelas próprias equipes e outros que podem ser fornecidos por outras equipes. Neste caso foi que a Haas fez uma interpretação bem original das regras e fechou um acordo de fornecimento com a Ferrari.
A idéia a ser discutida hoje é introduzir a partir de 2021 uma terceira lista de itens, que seriam considerados “padrão”. E como funcionaria? Um projeto único seria definido e poderia ser feito pelas próprias equipes ou ser adquirido de outra equipe ou fornecedor.
Este item foi incluído pela Liberty Media e vai de encontro ao conceito de manter o principal da concepção de desenvolvimento nas mãos das próprias equipes, mas atuar tecnicamente e otimizar custos “onde os fãs não veem” (palavras de Pat Symmonds, Diretor Técnico da F1). Embora interessante, dá calafrios em equipes como a Ferrari e fãs puristas, que veem isso como um caminho para a padronização da categoria.
Tais ações também buscam “acalmar” a Renault, voz mais crítica sobre a política de fornecimento de soluções, pois acredita que, caso não haja uma fiscalização, as matrizes podem usar suas “satélites” para acelerar o desenvolvimento de soluções.
Esta reunião não servirá para decisões dramáticas. É mais um passo na construção do “grande consenso” rumo a 2021. De mais relevante, se espera que a FIA praticamente “jogue a toalha” e transfira a adoção de novas regras de motores de 2021 para 2023. Aguardemos o que virá no final do dia.
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